Levemente…
Ao ritmo das badaladas…
Subtis,
Delicadas…
Pling…Pling…
Caem…
Espalham o seu esplendor.
Gotículas invadem meus olhos,
Saem-me da alma…
Prazer de ver,
Beleza indescritível…
Perfeição celestial…
Maravilhada…
Não controlo meu deslumbramento…
Meu corpo em euforia…
Minha alma em louvor!
Parada,
No nada…
Posso senti-las na minha pele…
Sim…! Sinto-as…
Oh, que gélido prazer!
Sinto…
A liberdade ao vento!
Pequenos flocos!
Pling…Pling…
Branca…!
Resplandecente…!
Vejo-a ao meu redor…
Zzzz…Zzzz…
A brisa forte que me leva ao infinito
Zzzz…Zzzzz…
Acende a chama dos meus sentidos…
Concede asas à minha imaginação,
Arrasta a paz até mim…
O céu é o meu limite…
A terra a sua sepultura!
Pára…!
Campos… serras…
Em branca flor…
Os verdes prados,
Vens de branco pintar…
Ah! Que visão! …
Zás! Arrebatada sou…
Para o mundo das nuvens!
Sinto o toque do frio…
Arrepio-me…
Congela-me a alma…
Psiu…
Posso escutar o silêncio, e
Por momentos…
De mãos dadas com a felicidade absoluta!
Sinto-te…
Oh, neve!
Sinto o prazer de nada sentir …
Como uma chama fria que arde!
Sinto a tua natureza!
Já não sou eu…
Sou um elemento teu…
Estás dentro de mim…
E eu em ti…
Invadiste o meu ser…
E eu deixei…
Ânsia desenfreada de não te perder…
[poema original da Bolinha, um achado do baú, dos tempos em que a poesia era um vício em mim]