Como a maioria das pessoas dei por mim a
pensar no ano que passou e apercebi-me que não sou mais a mesma. Muita coisa
mudou e eu mudei com essas coisas.
As 25 primaveras trouxeram-me uma dose
extra de maturidade que até à data não tinha aceite. Fugi dela enquanto pude,
pois sabia que iria matar o pouco, e escondido, mundo dos sonhos que a criança “grande” não queria largar.
A menina sorridente que todos os
encontrões não derrubavam (e que como por magia os esquecia) mudou. Passei a levar a vida
mais a sério. E quando levamos as pessoas mais a sério, desiludimo-nos mais e
magoamo-nos mais ainda.
Simples opiniões que ignorava já não o
consigo fazer, agora penso e repenso o motivo daquela cruel e ingrata forma de
pensar. Sei que tenho que as ignorar, filtra-las, pois não podem condicionar a
minha vida mas são tidas em conta, com peso e medida. Deixei de desculpar as
atitudes com falsas brincadeiras ou personalidades muito vincadas.
Esta “nova
maturidade” não admite, aos que ainda me vêm como criança que o continuem a
fazer. Dei dois passos atrás, estrategicamente pensados, em relação a quem
pensa que esta menina ainda não é uma mulher.
Não gosto, nem desgosto desta mudança. Mudar
faz bem, seja para melhor ou pior, pelo menos mostra que estamos vivos. Talvez preferisse
a menina sardenta que qual fosse a palavra mais dura ria, chorava mas passava. Agora
fica guardado nas gavetas deste coração, catalogado para próximas leituras.
Possivelmente é a isto que chamam
aprender com a vida e com as atitudes dos outros, por isso guardamos no diário
da nossa alma truques para sobreviver no dia-a-dia. O chamado “guia para ser feliz” ou “os 10 mandamentos da vida” que à nossa
maneira, cheio de rabiscos e corrector, diz-nos a quem temos de subir altos
murros de arame farpado ou abrir as portas e as janelas escancaradamente.
Na minha fortaleza poucos são os que
moram e muitos já foram desalojados. Quem lá vive são réis e rainhas de máxima importância.